Texto adaptado da revista Diálogo e Ação, ed. JUERP
c) O período persa
Inicia-se este
período por um fato importante: o do cumprimento das profecias da restauração.
Ciro simpatizava-se com as aspirações religiosas dos diferentes povos do seu império.
Conta Flávio Josefo que Ciro chegou a proteger os judeus, só porque lhe tinham
sido apresentadas as profecias de Isaías. Em 538 a.C., publicou mesmo um
decreto autorizando-os a voltar e a reconstruir a sua cidade. Partiram nesse
ano os primeiros cinquenta mil, chefiados por Sesbazar.
Após sete meses
de trabalhos intensos, estava restaurado o altar e já ali se ofereciam
sacrifícios ao Senhor. Dois anos depois cavavam-se as fundações para a
reconstrução do templo. Mas, devido à oposição da população local, as obras
foram interrompidas até 520 a.C., e só se iniciaram de novo graças aos
estímulos dos profetas Ageu e Zacarias. Zorobabel, neto de Joaquim, passou a
governar o reino de Judá. O império persa via-se agora a braços com diversas
revoltas que vieram ofuscar o alvorecer do reinado de Dario. Todas as
atividades invulgares passaram então a ser objeto de suspeita. Tatenai,
governador persa da Síria, mandou abrir um inquérito acerca da reconstrução do
templo, e os judeus viram-se obrigados a recorrer à autoridade do decreto de
Ciro, uma vez que a notícia confirmada chegara à corte persa. Dario, porém,
atendeu às reclamações dos judeus, por serem justas e conformes à lei, e o
templo ficou concluído em 516 a.C.
Nada mais se sabe
dos restantes exilados, até que em 458 a.C. chega Esdras com um novo grupo
vindo de Babilônia e portadores de consideráveis presentes para o culto do
templo. É talvez melhor colocar o ministério de Malaquias nesse período
desconhecido antes do aparecimento de Esdras, do que propriamente no tempo em
que Neemias se encontrava ausente na Pérsia. Sendo assim, facilmente se
compreende que a missão de Esdras e a obra reformadora de Neemias vêm completar
a doutrina que encerram os livros, cujos autores são aqueles profetas.
